terça-feira, 19 de junho de 2007

Défcit de capital humano

Por mais que o Brasil tenha vários trabalhadores desempregados, algumas vagas em grandes empresas continuam desocupadas. A verdade é que a falta de mão-de-obra especializada impede tal preenchimento. Há, no entanto, pelo menos uma boa notícia a respeito do assunto. O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) vai propor ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi, a aplicação de R$ 900 milhões num programa de qualificação de mão-de-obra, em 2008.
Tem-se falado muito sobre a demora das licenças ambientais, sobre as incertezas quanto ao marco regulatório e sobre a insegurança quanto à oferta de gás. Aponta-se o risco de nova crise energética e reclama-se do atraso nas obras do setor de transportes. Mas pouco se tem tratado do risco de um “apagão de mão-de-obra”. Esse risco pode afetar vários projetos do PAC, como a construção de navios em Pernambuco, o desenvolvimento do turismo e a construção de uma “cidade digital” em Brasília.
Com ou sem PAC, não se pode pensar em crescimento econômico acelerado, por longo prazo, sem uma atenção muito maior à formação de capital humano. Não basta, é claro, ter um diploma, mesmo de uma boa faculdade, para ter emprego assegurado. Mas a qualificação, técnica ou superior, certamente será uma condição cada vez mais importante para o brasileiro obter um posto de trabalho. Do lado da empresa a escolha é igualmente simples: ou se moderniza e se qualifica para competir, ou será atropelada pelas concorrentes dos países mais dinâmicos.
Fonte: O Estado de São Paulo

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