terça-feira, 16 de outubro de 2007

Lupi defende juro menor

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, afirmou que o número recorde de empregos criados em setembro (leia mais na página 16) é um sinal de que o governo pode, com tranqüilidade, reduzir os juros porque não há risco de inflação. “Esses dados farão com que os nossos amigos do BC pensem com muito carinho. Juros altos só favorecem quem especula com capital e não quem deseja investir no país”, disse o ministro. Se puxar o freio de mão, o carro capota. Deixa o carro andar”, disse o ministro ao divulgar os dados sobre emprego formal. A expectativa dele é de que o Copom continue no ritmo “seguro” de queda dos juros.
Apesar da melhora da inflação a curto prazo, da valorização do real frente ao dólar e da diminuição das turbulências nos mercados internacionais, os economistas e consultores ouvidos pelo Correio estão divididos sobre a trajetória da taxa básica de juros. Amanhã, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne para acabar com o suspense. Atualmente, a taxa é de 11,25% ao mês. O mercado financeiro está dividido entre os que apostam em queda de 0,25 ponto percentual e aqueles que acreditam na manutenção da taxa.
Entre os economistas, o discurso dos que defendem queda de 0,25 ponto percentual é sustentado pela melhora do cenário econômico. “O BC deveria manter a taxa, mas diante das condições interna e externa pode esticar um pouco mais a corda. As bolsas voltaram a patamares anteriores à crise internacional e houve redução da inflação”, afirmou o gerente de renda fixa do Banco Prosper, Carlos Cintra.
A economista-chefe do Banco Fibra, Maristella Ansanelli, concorda. Ela destaca que, na reunião anterior do Copom, a taxa de câmbio era de R$ 1,95 e cedeu para R$ 1,80. No caso do IPCA, a inflação variou de 0,47% em agosto para 0,18% em setembro. “Acho que ainda dá para fazer uma redução este ano.”
Por outro lado, a economista-chefe do BES Investimento, Sandra Utsumi, acredita que o BC vai manter a coerência demostrada na ata do Copom e no relatório de inflação e deixará os juros em 11,25%. “A sinalização é de que o fim do ciclo de cortes está próximo. Houve uma melhora na inflação, mas ainda há perspectiva de aumento dos preços”, afirma. O economista Luis Suzigan, da LCA Consultores, pensa que há espaço para corte, “mas o BC será cauteloso e vai interromper o processo de queda”.

Fonte: Correio Braziliense

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