sexta-feira, 25 de abril de 2008

Centrais vão ao Palácio negociar redução da jornada

As centrais sindicais querem apoio para a redução da jornada sem redução de salário. Esse é, na visão dos sindicalistas, um dos principais pontos que deve nortear a categoria nos debates sobre o futuro do sindicalismo e as relações entre patrões e empregados. Os representantes das centrais se reuniram ontem à tarde com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger e o secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci. A reunião, convocada por Mangabeira, pretendia projetar o futuro do sindicalismo, baseado em três eixos: a redução da informalidade; aumento da força dos trabalhadores nas negociações e aumento do percentual dos salários na renda nacional.

Segundo o presidente da CUT, Artur Henrique, em um cenário de crescimento da economia, não existem razões para se manter uma jornada de trabalho de 44 horas semanais. Henrique disse que Lula concorda com a tese, embora ela não tenha sido o ponto central do debate de ontem. "O presidente autorizou para que continuássemos as nossas conversas com Mangabeira, os empresários e os trabalhadores, para criar uma relação mais ágil".

O presidente da CUT acrescentou que hoje quase metade dos trabalhadores brasileiros estão na informalidade. "Existem muitas fraudes trabalhistas que contribuem para esse cenário. Mas também temos de reconhecer o alto custo dos empregos no país". Artur Henrique lembrou as negociações para se retirar a cobrança do INSS da folha de pagamento, transferindo-a para o lucro líquido das empresas. Essa discussão poderia ser incluída na reforma tributária.

Sobre os demais pontos, os sindicalistas acreditam que há espaço para uma valorização das negociações coletivas, dando mais poder aos trabalhadores nos debates de reajustes salariais.

Valor

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