quarta-feira, 30 de julho de 2008

Blitzen da Lei Seca serão canceladas por causa da greve da SET

Os agentes da Superintendência de Engenharia de Tráfego (SET) se reúnem nesta quarta-feira, 30, para decidir os rumos da greve iniciada ontem. Caso decidam paralisar as atividades por tempo indeterminado, tudo indica que será um recesso também para as blitzen da Lei Seca.

As blitzen acontecem sempre entre a quinta-feira e o domingo. Porém, a assessoria de imprensa da SET acredita que será inviável realizar as fiscalizações sem os agentes. No Detran, a informação é que a Polícia Militar irá substituir os agentes. No entanto, esse trabalho só poderá acontecer a partir da semana que vem, uma vez que os oficiais precisam ser capacitados para utilizar os equipamentos utilizados nesses serviços.

De acordo com Mércia Teixeira, presidente da Associação dos Servidores em Transporte e Trânsito do Município (Astram), são 1.200 servidores de braços cruzados em Salvador. Pelo menos metade desse efetivo é de agentes que atuam em atividades como registro de ocorrência, fiscalização de trânsito e sala de rádio.

Os trabalhadores programaram encontro para esta tarde no pátio da SET, nos Barris, para em seguida sair em passeata para chamar atenção sobre os problemas enfrentados pela categoria. Os servidores exigem a exoneração imediata do superintendente do órgão, coronel Adelson Guimarães, acusado de atrasar o pagamento do plano de saúde e assumir uma “gestão autoritária” com os servidores.

Lei seca

Ainda sobre as blitzen da Lei Seca, Mércia afirma que a nova rotina de serviço noturno é prejudicial para a categoria. “A carga horária de trabalho é de 6 horas, mas os agentes nas blitzen não têm hora para sair do serviço. Tem gente que chega às 14 horas na SET e, caso tenha de encaminhar algum motorista à delegacia, fica até às 5 horas da manhã até registrar a queixa”, comenta.

Como solução para esse problema, Mércia acredita que a solução é a convocação de mais servidores. Hoje, o salário-base da categoria é de R$ 415, valor que sobe para R$ 1.400 devido às gratificações.

Outra preocupação é com o plano de saúde que estava com dois meses em atraso (junho e julho). No entanto, logo após a greve ser deflagrada, foi quitado o mês de junho. “Agora está prestes a vencer o mês de agosto”, comenta Mércia.

Repressão

Entre os trabalhadores, o sentimento é de revolta desde que o coronel assumiu o cargo, em maio do ano passado. No pátio da SET, nos Barris, alguns agentes se reuniram na manhã desta quarta-feira e aproveitaram para reclamar da falta das condições de trabalho.

O banheiro do local, por exemplo, está tomado de lama. Cheiro de urina e vasos entupidos fazem parte do cenário que sequer possui papel higiênico. Sem se identificar, um agente informou que a estrutura se mantém dessa forma desde que a nova gestão assumiu a SET.

“Estamos sob uma pressão injusta. Cheguei a ter R$ 120 descontado do meu salário porque cheguei atrasado um dia”, disse, após se lamentar que todos se cansaram de pedir um simples refeitório no local, mas nunca foram atendidos.

Por meio de sua assessoria, a SET respondeu a todas as reivindicações da categoria.

A Tarde On Line

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