quinta-feira, 26 de julho de 2007

Setor de serviços emprega mais e paga menos, diz IBGE

PEDRO SOARES
Responsável por quase 60% do PIB do país, o setor de serviços empregou mais nos últimos anos, mas à custa de uma remuneração menor de seus empregados, revela a Pesquisa Anual de Serviços do IBGE. Enquanto o emprego subiu 28,6% no período de 2000 a 2005, o rendimento médio caiu 3,8%.
Em 2005, o setor de serviços empregava 7,6 milhões de pessoas em 948,42 mil empresas. Somente a atividade de limpeza (fortemente terceirizada) tinha 1,3 milhão de trabalhadores em todo o país. A média de rendimentos era de 2,9 mínimos.
Em 2000, a remuneração se situava em 3,9 salários. O motivo da queda é principalmente o aumento real do salário mínimo (acima da inflação) nos últimos anos.Segundo o instituto, a maior média salarial ficou com as atividades de serviços de informação: 7,2 salários mínimos. Nesse segmento, as agências de notícias e serviços de jornalismo contabilizaram a maior média salarial: 12,7 salários mínimos.
No período, o menor rendimento foi o dos profissionais da atividade de serviços prestados às famílias -1,6.
Segundo Eduardo Pontes, economista do IBGE, o setor de serviços é caracterizado por uma dispersão muito grande de rendimentos, com atividades que concentram alta remuneração (como as da área de telefonia) e outras que apresentam rendimentos muito baixos (como limpeza e manutenção).
A baixa qualificação da força de trabalho da maior parte dos serviços e a crescente demanda por alguns tipos de serviços mal remunerados explicam a retração do rendimento, segundo Pontes.
Fonte: Folha de São Paulo

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