segunda-feira, 24 de março de 2008

Empregos formais

Em fevereiro foram criados no País 204.963 empregos com carteira assinada. No primeiro bimestre, o número de empregados no mercado formal aumentou 347.884. De 2003 para cá, já são 6.616.552 novos empregos formais, isto é, com registro em carteira, cobertura previdenciária e garantias trabalhistas como férias, descanso remunerado e 13º salário. É um auspicioso registro da melhora das condições de trabalho no País. Em geral, para a mesma função, o trabalhador formal, além de dispor de mais segurança no emprego, recebe remuneração mais alta do que a obtida pelo trabalhador informal.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, acredita que, em 2008, será criado 1,8 milhão de empregos formais. Não é uma previsão exagerada. Nos últimos 12 meses, foi aberto 1,711 milhão de postos de trabalho com carteira assinada. E o ritmo de crescimento do mercado formal vem se acelerando. Se o ritmo de criação de empregos formais (admissões menos desligamentos) dos dois primeiros meses for mantido durante todo o ano, a previsão do ministro será superada com alguma folga.

A geração de empregos formais vem batendo recordes sucessivos. O número de postos de trabalho criados no mês passado é 38% maior do que o de igual mês de 2007 e o maior, para fevereiro, de toda a série de estatísticas baseadas no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O total de empregos formais criados no primeiro bimestre do ano é 37% maior do que o total de empregos com carteira assinada criados nos dois primeiros meses de 2007. É também o maior da série de estatísticas do Caged para o primeiro bimestre.

O dinamismo do mercado de trabalho se espalha por todos os setores de atividade econômica. O setor que registra o maior crescimento porcentual do emprego no período de 12 meses encerrado em fevereiro é o de construção civil. Com a geração de 225.742 empregos formais nesse período, o total de empregados com carteira assinada na construção civil aumentou 16,4% em 12 meses.

Esse resultado é uma conseqüência dos estímulos oferecidos pelo governo para dinamizar a construção civil e facilitar o acesso à casa própria. Tradicional empregadora de mão-de-obra informal e de baixa qualificação, a construção civil está agora contratando cada vez mais trabalhadores com carteira assinada.

O segundo maior crescimento em 12 meses foi registrado na indústria de transformação, com alta de 6,6%. O saldo entre admissões e demissões ficou em 430.521 novos empregos. Na indústria de transformação estão os empregos que, em média, oferecem salários mais altos e exigem melhor qualificação profissional.

Outros setores registraram crescimento inferior ao dos dois citados. Mas seus resultados são bons. No comércio, o aumento foi de 6,5% em 12 meses; na indústria extrativa mineral, de 5,7%; e no setor de serviços, de 5,4%. Três setores tiveram crescimento inferior à média do mercado: administração pública, com aumento de 2,89%; serviços industriais de utilidade pública, 2,65%; e agropecuária, 1,02%.

Embora inferior ao aumento médio do mercado, o crescimento do emprego em 2008 na administração pública acentua uma tendência que se observa desde 2003, o primeiro ano do governo Lula. Trata-se do aumento do número de empregados do setor público. No primeiro bimestre deste ano, os três níveis de governo contrataram 15.435 pessoas. Nos 12 meses encerrados em fevereiro foram 19.047 pessoas.

Os dados do Caged não separam as contratações por nível de governo (municipal, estadual e federal). Dados sobre a evolução do quadro do funcionalismo federal e dos gastos da União com a folha de pessoal de 2003 para cá sugerem que o governo central é o maior responsável pelas contratações no setor público. No primeiro governo Lula (2003-2006), por exemplo, as contratações líquidas (admissões menos demissões) somaram 118,4 mil servidores, praticamente o triplo do que foi contratado nos oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso.

Essas contratações ajudam a melhorar as estatísticas do Caged. Mas, com o inchaço da máquina e os aumentos generosos que vem concedendo ao funcionalismo, o governo Lula impõe custos cada vez mais pesados aos contribuintes.

O Estado de S. Paulo

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