SALÁRIO MÍNIMO
Além de arcar com o reajuste de R$ 35, as empresas têm encargos que quase dobram o valor das despesas com os trabalhadores
Com o reajuste de 9,2% do salário mínimo, que passou de R$ 380 para R$ 415 na semana passada, a elevação do custo das empresas por funcionário não será de apenas R$ 35, valor do aumento para o trabalhador. Por conta de outros encargos, que variam de acordo com o rendimento, tais como INSS e FGTS, esse impacto será de R$ 66,03 por mês, uma soma de R$ 792,36 ao ano. Para as microempresas inscritas no Supersimples, o acréscimo mensal será de R$ 53,99 e o anual, R$ 647,88. Além do salário mínimo, este ano, as despesas com o vale-transporte no Grande Recife também subiram 9,3%. De acordo com especialistas, o reajuste afeta diretamente as microempresas e os custos dos salários dos empregados serão repassados aos preços de produtos e serviços.
Estima-se que 18 milhões de assalariados tenham seus vencimentos ligados ao salário mínimo. De acordo com a contadora Dorgivânia Arraes, da Finanza Consultoria, a maior parte deles é de funcionários de micro e pequenas empresas. “Principalmente nas cidades de interior”, afirma. Segundo ela, nas grandes empresas, há um maior número de trabalhadores sindicalizados, cujo salário é determinado por meio de dissídios coletivos. “Normalmente, os pisos salariais das categorias estão acima do salário mínimo federal”, explica.
Salões de beleza, empresas de artesanato, condomínios e trabalhos domésticos são algumas das atividades que remuneram os seus funcionários pelo vencimento mínimo. “Nesses casos, o impacto do reajuste do salário mínimo é real e automaticamente repassado ao preço dos produtos”, diz a contadora. O aumento deve ser proporcional à receita da companhia. “Por exemplo, se uma empresa faturou R$ 10 mil e teve um aumento de R$ 1 mil na folha de pagamento, o reajuste no preço do produto deve ser de 10%”, detalha Arraes.
Orçamento
Na Artes & Ofícios, que remunera 18 artesãos com um salário mínimo, o gasto adicional na folha de pagamento daria para contratar mais um funcionário e pagar quase a metade do salário de um segundo, já com os rendimentos do reajuste. “A gente já gasta por fora R$ 70, sendo R$ 30 da cesta básica e R$ 40 do seguro-saúde. Ao todo, empregamos R$ 1.260 para isso. Vamos rever os benefícios, porque o aumento do salário está pesando no nosso orçamento”, conta Maria Eduarda Guidon, uma das proprietárias da empresa. Para bancar as despesas, o preço dos produtos subiu 10%. “Estamos participando da feira Gift Fair desde ontem, em São Paulo. Mas já encontramos dificuldades para vender com o preço mais alto, por conta da concorrência com os importados, que estão mais baratos devido à queda do dólar”, diz Guidon.
“Muitas vezes, por conta da concorrência, o consumidor não absorve esse repasse, restando ao microempresário sacrificar o seu lucro”, aponta Dorgivânia Arraes. Esse é o dilema de Maria de Lourdes de Alcântara, proprietária do salão de beleza Styllos e Tendências. “Penso em aumentar o preço da manicure de R$ 12 para R$ 15, mas na esquina sei que tem outro salão cobrando apenas R$ 10, então fica difícil dar esse aumento”, diz ela. No salão, já havia três funcionárias contratadas e Maria de Lourdes se preparava para contratar mais cinco manicures. Como não está inscrita no Supersimples, a despesa mensal com as oito funcionárias ficou R$ 528,24 acima do esperado. “Tenho que avaliar com o meu contador, porque não sei se vai dar para contratar todo mundo agora”, conta a microempresária.
Correio Braziliense
Além de arcar com o reajuste de R$ 35, as empresas têm encargos que quase dobram o valor das despesas com os trabalhadores
Com o reajuste de 9,2% do salário mínimo, que passou de R$ 380 para R$ 415 na semana passada, a elevação do custo das empresas por funcionário não será de apenas R$ 35, valor do aumento para o trabalhador. Por conta de outros encargos, que variam de acordo com o rendimento, tais como INSS e FGTS, esse impacto será de R$ 66,03 por mês, uma soma de R$ 792,36 ao ano. Para as microempresas inscritas no Supersimples, o acréscimo mensal será de R$ 53,99 e o anual, R$ 647,88. Além do salário mínimo, este ano, as despesas com o vale-transporte no Grande Recife também subiram 9,3%. De acordo com especialistas, o reajuste afeta diretamente as microempresas e os custos dos salários dos empregados serão repassados aos preços de produtos e serviços.
Estima-se que 18 milhões de assalariados tenham seus vencimentos ligados ao salário mínimo. De acordo com a contadora Dorgivânia Arraes, da Finanza Consultoria, a maior parte deles é de funcionários de micro e pequenas empresas. “Principalmente nas cidades de interior”, afirma. Segundo ela, nas grandes empresas, há um maior número de trabalhadores sindicalizados, cujo salário é determinado por meio de dissídios coletivos. “Normalmente, os pisos salariais das categorias estão acima do salário mínimo federal”, explica.
Salões de beleza, empresas de artesanato, condomínios e trabalhos domésticos são algumas das atividades que remuneram os seus funcionários pelo vencimento mínimo. “Nesses casos, o impacto do reajuste do salário mínimo é real e automaticamente repassado ao preço dos produtos”, diz a contadora. O aumento deve ser proporcional à receita da companhia. “Por exemplo, se uma empresa faturou R$ 10 mil e teve um aumento de R$ 1 mil na folha de pagamento, o reajuste no preço do produto deve ser de 10%”, detalha Arraes.
Orçamento
Na Artes & Ofícios, que remunera 18 artesãos com um salário mínimo, o gasto adicional na folha de pagamento daria para contratar mais um funcionário e pagar quase a metade do salário de um segundo, já com os rendimentos do reajuste. “A gente já gasta por fora R$ 70, sendo R$ 30 da cesta básica e R$ 40 do seguro-saúde. Ao todo, empregamos R$ 1.260 para isso. Vamos rever os benefícios, porque o aumento do salário está pesando no nosso orçamento”, conta Maria Eduarda Guidon, uma das proprietárias da empresa. Para bancar as despesas, o preço dos produtos subiu 10%. “Estamos participando da feira Gift Fair desde ontem, em São Paulo. Mas já encontramos dificuldades para vender com o preço mais alto, por conta da concorrência com os importados, que estão mais baratos devido à queda do dólar”, diz Guidon.
“Muitas vezes, por conta da concorrência, o consumidor não absorve esse repasse, restando ao microempresário sacrificar o seu lucro”, aponta Dorgivânia Arraes. Esse é o dilema de Maria de Lourdes de Alcântara, proprietária do salão de beleza Styllos e Tendências. “Penso em aumentar o preço da manicure de R$ 12 para R$ 15, mas na esquina sei que tem outro salão cobrando apenas R$ 10, então fica difícil dar esse aumento”, diz ela. No salão, já havia três funcionárias contratadas e Maria de Lourdes se preparava para contratar mais cinco manicures. Como não está inscrita no Supersimples, a despesa mensal com as oito funcionárias ficou R$ 528,24 acima do esperado. “Tenho que avaliar com o meu contador, porque não sei se vai dar para contratar todo mundo agora”, conta a microempresária.
Correio Braziliense
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