segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Crescimento dá impulso ao emprego formal

O cenário macroeconômico também favorece a contratação com carteira assinada, avaliam o professor do Instituto de Economia da Unicamp Cláudio Dedecca, e o diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lucio. Lucio observa que no início da década a taxa média de crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) ficou em 2,3%, e, a partir de 2004, subiu para 4,5% ao ano. "Até 2004 era comum o país crescer 2,5% e, no ano seguinte, decrescer 1,5%. Hoje, a economia está mais estável e a perspectiva de crescimento sustentado trouxe segurança às empresas, que passaram a contratar mais e fazer planejamentos de longo prazo."

Alguns indicadores confirmam essa tese. De janeiro de 2004 até julho deste ano, foram criadas 8,79 milhões de novas vagas de trabalho com carteira assinada no país, saindo de um estoque de 29,5 milhões de empregos formais para 38,3 milhões, de acordo com dados do Ministério do Trabalho. O tempo médio de permanência do trabalhador no emprego aumentou de 140 para 149 semanas, segundo dados do IBGE, um indicativo de que houve menos interesse das empresas em cortar postos de trabalho. Segundo Dedecca, a expansão do setor de serviços e a concorrência entre empresas por trabalhadores com melhor qualificação contribuíram para acelerar as contratações com carteira - até então mais comuns na indústria.

E a perspectiva é que o mercado de trabalho siga em expansão no médio e longo prazos, ainda que em ritmo inferior ao de 2007, prevê Dedecca. Ele observa que a população economicamente ativa cresce 2,5% ao ano, menos que o PIB. Ou seja, a oferta de profissionais expande-se menos que a demanda. "Se a economia crescer 3% ao ano já teremos um mercado de trabalho mais atraente no futuro."

Valor

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