terça-feira, 31 de março de 2009

Brasil não tem ‘inchaço’ de servidores

Renata Zago

Dos 176 milhões de brasileiros, 5,36% eram servidores públicos em 2005. O Brasil é o país com menor número de trabalhadores do Estado entre Espanha, Estados Unidos, Alemanha, França, Suéia, Argentina Uruguai e Paraguai. Em relação à população economicamente ativa, 10,7% dos empregados estavam no setor público. É o que diz o novo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nesta segunda-feira (30).

Segundo o Comunicado da Presidência da República n° 19, "Emprego Público no Brasil: Comparação Internacional e Evolução Recente", a participação dos trabalhadores públicos no país é pequena e "não há razão para se afirmar que o Estado brasileiro seja um Estado ‘inchado’ por um suposto excesso de funcionários públicos". Para o Instituto há espaço para aumentar o estoque de empregos públicos e sua participação sobre o total de ocupações.

Na Dinamarca, essa relação, emprego público/população economicamente ativa, chega a 39,2%, na Suécia, a 30,9%, na França, a 24,9%, nos Estados Unidos, a 14,8%, no Panamá, a 17,8%, na Costa Rica, a 17,2%, na Venezuela, a 16,6% e na Argentina, a 16,2%. O Ipea mediu a participação de empregos no setor público com os dados da administração direta, indireta e empresas estatais.

Com a crise financeira internacional, o levantamento destaca a oportunidade para criar mais vagas para ocupações emergenciais. "O emprego público - mesmo que em atividades temporárias - poderia servir como um instrumento contracíclico (certamente não suficiente para compensar todos os postos de trabalho que serão eliminados no setor privado), pelo menos enquanto durarem os efeitos da retração econômica mundial sobre a economia brasileira".

O estudo revela ainda que a participação dos servidores públicos diminuiu nas esferas estadual e federal e aumentou muito na municipal. Isso se deve ao maior número de municípios a partir da promulgação da Constituição de 1988 e à crescente urbanização ocorrida no século XX. O aumento foi de quase 40% entre 1950 e 2006.

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