terça-feira, 24 de março de 2009

Brasil perderia empregos mesmo sem crise

Renata Zago

Pesquisa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que, sem o impacto da crise financeira, o Brasil teria perdido 350 mil empregos. O mercado de trabalho formal perdeu, em dezembro do ano passado 650 mil postos devido ao agravamento da crise e seu aprofundamento no Brasil. De dezembro a fevereiro a queda foi de 2,3% nos empregos formais, correspondentes a 750 mil trabalhadores.

Dezembro é tradiconalmente um mês de "ajuste-geral" de emprego no mercado, segundo o Dieese. "Ajuste geral" é um processo generalizado de demissões de trabalhadores, que atinge quase todos os setores da atividade econômica e regiões geográficas do país. "A análise da movimentação do mercado formal de trabalho brasileiro indica, claramente, que o mês de dezembro é, em todos os anos, um mês de ajuste geral da mão-de-obra no mercado de trabalho brasileiro", afirma o órgão em nota sobre dados já divulgados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e pela Rais (Relação Anual de Informações Sociais, censo anual do mercado formal de trabalho).

Com a diminuição das expectativas do mercado de trabalho, o "ajuste sazonal" do final do ano passado foi acentuado e provocou uma queda mais acentuada no número de vagas. "Seguindo a tendência corrente, era de se esperar que, em dezembro de 2008, o fechamento de postos pelo 'ajuste geral' atingisse cerca de 350 mil empregos. Entretanto, foram fechadas 655 mil vagas de trabalho com carteira assinada, quase dobrando negativamente o resultado sobre o ano anterior", destaca o Dieese

Mesmo com a queda em dezembro, o mês "pode ser considerado o início da crise capitalista sobre o mercado de trabalho".O Dieese afirma que "o saldo anual foi ainda bastante significativo, com crescimento de 5,1% sobre o saldo de 2007, determinando o acréscimo de quase um 1,5 milhão de empregos".

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