quarta-feira, 29 de abril de 2009

Interior perde mais com a crise, diz Ipea

Renata Zago

A crise econômica atingiu em maior nível as cidades do interior. As regiões mais atingidas foram Sul e Sudeste. O estudo do Ipea, "Crise Internacional: impactos sobre o emprego no Brasil e o debate para a constituição de uma nova ordem global", revelou ainda que essas cidades sofrem mais, porque possuem algum parque industrial. O estudo analisa o nível de emprego entre o período de outubro de 2007 e março de 2008 e entre outubro de 2008 e março de 2009.

Segundo o diretor de Estudos Sociais do Ipea, Jorge Abrahão, "a crise, em primeira instância, é voltada para os setores da agricultura e da indústria ligados à exportação". Abrahão conta que para contrabalançar esses dados, os gastos públicos mantêm a atividade econômica no interior, principalmente através da previdência e do salário mínimo. Para ele, essas medidas conseguem manter as economias voltadas para o serviço.

"Os efeitos sobre o emprego analisados pelo documento são importantes pelo impacto sobre as condições de vida da população e pelo fato de que a massa de rendimentos (determinada pelo nível de emprego e de salários) é um dos principais componentes da demanda interna, logo, sua evolução pode contribuir para abrandar ou ampliar os efeitos da crise", diz o diretor.

Para sair da crise, é necessário um quadro complexo de decisões. "Uma das saídas já sabemos que é o mercado interno", ressalta Abrahão ao acrescentar às medidas do governo (como o Bolsa-Família), a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados. "O mercado externo vai depender de acordos internacionais que não dependem só do Brasil, mas de um conjunto de países do G-20 que ainda discutem a regulação do mercado financeiro e ativação de organismos políticos internacionais", observou.

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