segunda-feira, 18 de maio de 2009

Crise tira emprego de brasileiros no exterior

Agência Estado

O noticiário dos últimos dias mostra que, para o Brasil, o pior da crise financeira já pode ter ficado para trás. A economia dá sinais de reação, dólares retornam ao País e muitos começam a pensar no pós-crise. Mas para 4 milhões de brasileiros, a luz no fim do túnel parece distante: são as pessoas que deixaram a família e cruzaram as fronteiras para trabalhar no exterior. Com a crise, o volume de dinheiro que esses trabalhadores enviam para suas famílias no Brasil teve, no primeiro trimestre, a maior queda da história.

Segundo dados do Banco Central, o volume de remessas feitas por esses trabalhadores entre janeiro e março de 2009 caiu 31,5% na comparação com o último trimestre de 2008, o maior recuo entre trimestres da série iniciada em 1995. Ao todo, foram enviados US$ 592 milhões, no mais baixo valor para um primeiro trimestre desde 2006. Na comparação com igual período de 2008, a redução foi de 14,6%.

A crise, que começou no mercado imobiliário dos Estados Unidos, prejudicou brasileiros em todas as partes. Do Japão, as remessas dos dekasseguis caíram para US$ 137,2 milhões entre janeiro e março, valor 37,7% menor na comparação com o fim de 2008 e o pior trimestre desde 2004. Dos EUA, as transferências despencaram 24,8%, para US$ 268,4 milhões, no mais fraco trimestre desde 2003.

IPI

Internamente, cerca de 20% dos acordos de redução de jornada e salário fechados no início do ano entre empresas e sindicatos para evitar demissões foram suspensos antes do fim do prazo de vigência previsto, apontam dados dos sindicatos dos metalúrgicos de São Paulo e do ABC paulista. A área de atuação dos dois sindicatos concentra o maior número de montadoras e fabricantes de autopeças do País, setor que foi beneficiado pela isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para estimular o consumo. Dos 27 acordos fechados entre o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e empresas desde janeiro, seis foram revogados antes do prazo estipulado. No caso do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, dos 44 acordos fechados, nove foram suspensos antecipadamente, informa a entidade.

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