sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Quase 2 milhões de vagas abertas

Marcelo Tokarski
Número de empregos com carteira assinada criados de janeiro a novembro atinge 1.936.806 e é o maior da história. Governo federal espera fechar o ano com a marca recorde de 1,68 milhão de postos
Um dos principais pilares da boa avaliação dada pelos brasileiros ao governo Lula, o nível de emprego formal continua em forte ritmo de expansão no país. Em novembro, foram criadas 124.554 vagas, o melhor desempenho para o mês em toda a história. O volume é quase quatro vezes maior do que o do mesmo período de 2006 e supera em 57% o recorde anterior, registrado em novembro de 2004. O desempenho elevou o acumulado do ano para inéditos 1.936.806 postos de trabalho com registro em carteira criados em toda a economia — 61,4 mil a mais do que de janeiro a novembro de 2004, o melhor ano da história. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Como tradicionalmente o último mês do ano é marcado pela dispensa de funcionários na maior parte das empresas, esse volume de vagas deve fechar o ano em patamar inferior. Mesmo que se repita o maior saldo negativo já registrado em dezembro (fechamento de 352 mil vagas, em 2004), o Caged fechará o ano de 2007 com mais de 1,58 milhão de empregos criados, acima do recorde de 1,52 milhão de 2004. No entanto, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, projeta um saldo negativo de 250 mil empregos em dezembro, o que levaria o Caged a bater na marca de 1,68 milhão de vagas formais criadas em um ano.
“O crescimento do emprego é generalizado, por isso aposto que fecharemos o ano beirando 1,7 milhão de vagas criadas”, afirmou. Segundo ele, o recorde de empregos registrado em 2004 já está garantido. “Este ano será o melhor da história do Caged.” O ministro aposta que esse movimento de expansão do mercado formal deve permanecer em 2008. “Para o próximo ano, nossa previsão é de abrir 2 milhões de novas vagas. Em 2008, o mercado de trabalho já vai colher com mais força os frutos da cadeia do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)”, disse Lupi.
De 1,9 milhão de empregos com carteira criados nos 11 primeiros meses do ano, pouco mais de um terço (627,9 mil) foi aberto no setor de serviços. A indústria vem logo atrás, com uma participação de 27,7% (537,5 mil), seguida do comércio, com 19,3% (374,9 mil). Uma das maiores surpresas é a construção civil, que já criou este ano 202.636 postos de trabalho com carteira, o melhor desempenho da atual série histórica, iniciada em 1992. No mesmo período do ano passado, o recorde até então, o setor havia aberto 121,6 mil vagas.
Mensal
Impulsionado pelo aquecimento das vendas devido ao Natal, o comércio foi o carro-chefe do emprego formal no mês de novembro. O setor abriu 99.766 vagas, superando o segmento de serviços (62.422). No mês, a indústria teve o primeiro desempenho negativo do ano, ao fechar 2.496 vagas. Ainda assim, o ministro do Trabalho ressalta que o comportamento é bem superior ao de novembro do ano passado, quando o saldo negativo do setor foi 10 vezes maior. Foi o menor volume de demissões feito pela indústria em meses de novembro.
Influenciada pela sazonalidade, a agropecuária fechou 43.105 vagas, mas também apresentou melhora em relação a 2006. Foram fechadas 7,6 mil vagas a menos do que no mesmo período do ano passado. Desde o início do primeiro mandato, o governo Lula já registrou a criação de 6,58 milhões de empregos formais. A média mensal é de 111,6 mil.
Correio Braziliense

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