terça-feira, 20 de maio de 2008

Contratação com carteira recua

TRABALHO
Número de empregos formais atinge 294.522 vagas em abril, com queda de 2,47% em relação ao mês anterior. Apesar da redução, o desempenho deste ano é recorde. Foram criados 848.962 novos postos

O número de postos de trabalho abertos com carteira assinada caiu 2,47% no mês passado em comparação com abril de 2007. Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem, o país criou 294.522 vagas no mês, o segundo maior resultado da série histórica, só perdendo justamente para os 301.991 de abril passado. A expansão em relação a março foi de 1% e o acumulado nos primeiros quatro meses cresceu 21%. No período, foram criados 848.962 empregos, desempenho recorde.

Ao anunciar os números, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, fez pressão para que o Banco Central (BC) interrompa a trajetória de elevação da taxa básica de juros (Selic). “O BC vai ter que reavaliar a alta de juros. Senão, vai prejudicar as exportações. Daqui para a frente, eu acredito em estabilidade nos juros”, afirmou. Na avaliação de Lupi, o recrudescimento da inflação não vai afetar a criação de empregos. “A inflação está localizada em alguns setores, como alimentos. Mas está sob controle e não deve atrapalhar.”

Contrariando todas as previsões, o ministro continua acreditando que a economia brasileira vai crescer mais de 6% e que a geração de empregos com carteira assinada baterá o recorde atingido em 2007, que foi de 1,617 milhão de postos. Em 2008, Lupi prevê pelo menos 1,8 milhão. “O Brasil está crescendo de forma sustentada em todas as regiões, com efeitos sobre o emprego. Só dois estados tiveram resultado negativo em abril: Pernambuco e Alagoas, que enfrentam questões sazonais na indústria sucroalcooleira”, disse.

Nos últimos 12 meses, foram criados 1,764 milhão de empregos, num crescimento de 6,29%. No governo Lula, são 7,117 milhões. Na avaliação do ministro, os investimentos proporcionados pela concessão do grau de investimento (investment grade) favorecerão o emprego. “Não existe mais o negócio da China. Agora, é o negócio do Brasil”, disse. Em maio, mês forte no comércio por causa do Dia das Mães, o ministro espera que a contratação se aproxime ou mesmo supere o melhor resultado do mês, que se deu em 2004 e foi de 292 mil vagas abertas.

Nos primeiros quatro meses do ano, os setores que mais se destacaram foram os serviços, com 310.016 postos (crescimento de 2,71%), a indústria de transformação, com 228.986 vagas (3,27%), e a construção civil, com 131.725 (8,61%). Na distribuição geográfica, a Região Sudeste esteve à frente, com 574.804 empregos (3,56%). O Nordeste teve contração de 32.082 trabalhadores. No Distrito Federal, foram 14.938 contratados segundo as estatísticas oficiais.

Correio Braziliense

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