terça-feira, 20 de maio de 2008

Custo de doenças do trabalho vai crescer no Brasil

O custo de doenças crônicas no local de trabalho no Brasil, como problemas do coração, câncer, diabetes e doenças respiratórias, pode alcançar US$ 9,3 bilhões por ano em 2015, de acordo com estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fórum Mundial de Economia (FME). A despesa era estimada em US$ 2,7 bilhões em 2005. A perda de renda acumulada é calculada em US$ 49,2 bilhões entre 2005-2015, incluindo queda de produtividade e aumento de custos das doenças entre os empregados.

As conseqüências econômicas de doenças crônicas no trabalho são dramáticas globalmente. Para os dois maiores países do mundo, a fatura é gigantesca, de US$ 131,8 bilhões na China, e US$ 54 bilhões na Índia.

O relatório sobre "Prevenção de doenças não transmissíveis no local de trabalho através de dieta e atividade física" foi apresentado ontem, à margem da abertura da Assembléia Mundial de Saúde. Um grupo de 16 multinacionais lançou apelo para que os governos e as empresas promovam programas de saúde nos locais de trabalho para reduzir os riscos de mais mortes por causa de doenças crônicas. Essas doenças são responsáveis por mais de 60% de todas as mortes globalmente. A projeção divulgada ontem é de que vai chegar a 47 milhões de mortes anualmente nos próximos 25 anos.

Segundo o relatório, exemplos tanto nos países desenvolvidos como nas nações em desenvolvimento sobre programas de saúde no emprego mostram que os riscos podem ser reduzidos com atividades que proíbam o tabaco e orientem a alimentação dos empregados e sua atividade física. Sobretudo, esses programas não são custosos, como podem reduzir as despesas com seguros de saúde, melhorar a produtividade, manter o capital humano e construir um "negócio sustentável".

Segundo a OMS, problemas causados pelas doenças crônicas não estão limitadas a países ricos ou populações idosas. O problema cresce ainda mais rapidamente nos países de baixa e média renda. Quase metade dos mortos por doenças crônicas estava nos seus melhores anos de vida produtiva.

O relatório indica que os países que integram o chamado Bric (Brasil, Rússia, Índia s China) perdem mais de 20 milhões de vidas produtivas anualmente por causa de doenças do coração, câncer etc, tudo que poderia ser evitado com atividades mais saudáveis.


As multinacionais envolvidas no projeto para estimular implementação global de programas de saúde no trabalho são ArcelorMittal, Pepsi Cola, Nestlé, Unilever, Becton Dickinson, BT Group, Discovery Holdings, Eskom, General Mills, Humana, Pfizer, PricewaterhouseCoopers e Pitney Bowes.

Valor

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