quarta-feira, 28 de maio de 2008

País não gera emprego de qualidade

Índice mostra que salários pagos não são compatíveis com qualificação

O país não está sendo capaz de gerar empregos nem de criar vagas com salários compatíveis com a qualificação dos profissionais disponíveis no mercado. Essa é a principal conclusão a que chegou o economista Roberto Cavalcanti Albuquerque, autor do Índice de Desenvolvimento Social (IDS), que foi apresentado ontem no BNDES, durante o XX Fórum Nacional. O indicador, calculado pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), é considerado mais abrangente que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), medido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Lançando mão de dados de educação, o IDS construiu o Índice do Capital Humano (ICH), que é um indicador capaz de medir a capacidade de absorção da mão-de-obra e sua qualidade. São Paulo lidera o ranking de ICH com uma avaliação de 26,13%, seguido de Minas Gerais (10,25%) e Rio de Janeiro (10,04%). Os menores ICHs ficaram com Roraima (0,19%), Acre (0,28%) e Amapá (0,33%).

Sul tem desenvolvimento social mais elevado
De 1970 a 2006, o ICH do país cresceu 5,3%, o que pode ser explicado pela expansão da população de 15 anos ou mais, que evoluiu 2,7% ao ano. Segundo Albuquerque, o maior crescimento regional registrado no período foi o do Norte.

O IDS, mais abrangente, leva em consideração cinco grupos: saúde, educação, trabalho, rendimento e habitação. Adotando uma pontuação que vai de zero a dez, o índice listou os estados com os maiores índices de desenvolvimento social. A liderança ficou com o Distrito Federal (9,19), seguido por Santa Catarina (8,89) e São Paulo (8,78). Os lanterninhas são Alagoas (6,22), Maranhão (6,58) e Piauí (6,91).

- O principal diferencial do IDS em relação ao IDH é que ele avalia o trabalho e as condições de domicílio - comentou Cavalcanti Albuquerque.

Entre as regiões, o Sul tem o IDS mais alto (8,70), e o Nordeste, o mais baixo (7,08). O Brasil registra um IDS de 8,11.

A década de 1970 apresentou melhor desempenho relativo, com crescimento do IDS de 4% para o Brasil, contra os 2% registrados entre 2000-2006.

O Globo

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