sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Se reajuste cair, greve

Servidores federais se preparam para uma onda de protestos
Representantes de entidades sindicais promovem manifestação em frente ao Planejamento

O possível adiamento dos reajustes salariais escalonados no serviço público, anunciado pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, caiu como uma bomba para os movimentos sindicais da categoria. Resistentes a qualquer tipo de mudança no cronograma previsto até 2011, os servidores federais antecipam que se “a ameaça começar a tomar corpo a reação será automática”.

“Tudo o que acontece de ruim sobra para os servidores e trabalhadores. Queremos acreditar que é uma brincadeira de mal gosto do ministro”, afirmou Sérgio Ronaldo da Silva, diretor da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), que representa mais de 60% do funcionalismo federal. “Nós não aceitaremos alterações, não está na nossa agenda”, diz Silva.

Ontem, diversos movimentos sociais, estudantis e agrários e entidades representativas dos servidores reuniram cerca de 600 pessoas em frente ao Ministério do Planejamento e se manifestaram contra o anúncio feito pelo ministro na véspera. A motivação inicial era protestar contra problemas pontuais, como o pedido de alteração da Medida Provisória 441 por parte da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores da Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), a reforma agrária, defendida pelo Movimento dos sem Terra, Via Campesina e outros movimentos sociais ligados ao campo, e a posição contrária à política que consideram neoliberal por parte do Movimento Estudantil e dos partidos de esquerda, como Psol e PSTU.

A entrevista concedida à TV Brasil, na quarta-feira, mudou o rumo das atividades. “Nossa categoria já decidiu pela paralisação de 24 horas, em 6 de novembro. Amanhã (hoje) temos uma plenária da Coordenação Nacional dos Servidores Públicos Federais com outros setores e vamos estudar uma data para paralisação geral”, afirmou Júlio Tavares, da Fenasps.

O ministro Paulo Bernardo afirmou ontem que a medida é uma “obrigação” prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal. “Vamos ter que adequar o orçamento, fazer cortes, adiar alguns programas”, afirmou. Sobre a possibilidade de greve do funcionalismo federal, ele disse que os acordos firmados com as entidades sindicais estão sendo cumpridos, os reajustes foram aprovados pelo Congresso e pagos aos servidores. “A discussão tem que ser muito serena. Nós estamos tranqüilos. Mesmo que seja um terremoto simbólico e financeiro, provavelmente vamos ter uma diminuição de nossa receita, e aí, não tem alternativa: vamos ter que diminuir gastos”, disse o ministro.

Medida provisória No início da madrugada de ontem, a Câmara dos Deputados aprovou as medidas provisórias 440 e 441 que reajustam os salários de mais de 456 mil servidores em 40 carreiras, além das consideradas típicas de Estado. O impacto orçamentário será de R$ 3,227 milhões em 2008 e totalizará R$ 29,3 milhões até 2011. A matéria segue agora para o Senado, mas tem validade desde 1º de julho deste ano.

Correio Braziliense

Um comentário:

Claudete disse...

SE OS SALÁRIOS DELES NÃO PRECISAM DE MEDIDA PROVISÓRIA E SÃO VOTADOS NAS SURDINAS DAS NOITES CALADAS PORQUE O NOSSO SALÁRIO QUE JÁ FAZ QUASE 15 ANOS QUE NÃO VEM UMA COISA DECENTE NÃO PODERÁ SER VOTADO AGORA POR ESTA MEDIDA PROVISORIA.]
EU ACHO BOM TODO MUNDO ASSISTIR A VOTÇÃO PARA SABER EM QUEM VOTAR FUTURAMENTE.