sexta-feira, 13 de março de 2009

Seguro-desemprego diminui com rotatividade de trabalhadores

Renata Zago

A intensa rotatividade do mercado de trabalho brasileiro contribuiu para a queda do número de pedidos de seguro-desemprego. Pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostrou que embora o número de dispensas com carteira assinada sem justa causa tenha aumentado, os requerimentos de seguro-desemprego caíram.

Com esse entra e sai empregatício, 23,4% dos trabalhadores demitidos sem justa causa em dezembro não cumpriram o prazo de seis meses no posto e, por isso, não têm direito ao benefício. Em números absolutos, esse percentual corresponde a 220.684. Em contrapartida, os números de dezembro de 2007 foram de 158.272 desempregados antes do primeiro semestre de trabalho.

O Ministério do Trabalho registrou 536,6 mil pedidos de seguro-desemprego em janeiro, resultado inferior ao de dezembro (621,4 mil) e ao de novembro (630 mil). Na categoria de demissões com carteira assinada sem justa causa, o Caged contabilizou 1,318 milhão de dispensados, 13,1% acima de janeiro de 2008.

Do total de trabalhadores demitidos sem justa causa em janeiro, 59,48% pediram o seguro-desemprego. Segundo o diretor do Departamento de Emprego e Salário do Ministério do Trabalho, Rodolfo Torelly, no Brasil o nível de rotatividade é alto. "Todo mês 1,2 milhão de pessoas saem do emprego e um número semelhante é contratado. Uma parte se realoca, outra é substituída. Em 2008, de um quadro de 14 milhões de demissões, houve 6,3 milhões de pedidos do benefício".

Para o presidente do Instituto Brasileiro de Relações de Emprego e Salário (Ibret) e professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, Hélio Zylberstajn, o salário mínimo pode ser uma das respostas para a diminuição do número de pedidos de seguro-desemprego. Como o benefício é reajustado com o mínimo, é possível que os trabalhadores tenham esperado um ou dois meses para receber um seguro maior. Em fevereiro, Zylberstajn prevê aumento nesses números. Torelly, no entanto, diz que se houver aumento, será mínimo, pois a maior parte dos pedidos já foi feita.

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