quinta-feira, 16 de abril de 2009

Debate sobre efeitos da crise no emprego

Renata Zago

A Comissão Especial sobre a Crise – Serviços e Emprego, realizou nesta quarta-feira (15) audiência pública com o doutor em Engenharia de Produção pela UFSC, professor do Centro Universitário FAE-PR, e Analista da CEF - Gerência de Filial do FGTS, Carlos Ilton Cleto, e o representante do presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras Brasileiros (CTB), Joílson Antônio Cardoso do Nascimento.

O Dr. Ilton Cleto apresentou dados de emprego e desemprego como a Pesquisa Mensal do Trabalho (PME), que registrou aumento de 0,2% na taxa de desemprego. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) informou queda de 0,91 % no emprego formal. Questionado sobre a diferença nos dados, o professor esclareceu que o universo das pesquisas é diferente: a PME engloba também o emprego informal.

De acordo com Joílson do Nascimento, em 2007, 14,4 milhões de trabalhadores foram contratados com carteira assinada, e 14,7 milhões foram demitidos. "Essa tentativa de precarizar ou desregulamentar o trabalho é prejudicial ao mercado. A própria indústria automobilística, que demitiu tanto no início do ano, com o aumento das vendas em janeiro está recontratando", disse ele. O representante da CTB ainda defendeu a redução da jornada de trabalho, a renúncia fiscal e o empréstimo do BNDES às pequenas e médias empresas, que hoje são dependentes do FGTS.

O analista da CEF confirmou que a renúncia fiscal deve visar às pequenas e médias empresas, que possuem maior potencial para gerar emprego, que o FGTS tem caráter anticíclio e tem sido usado corretamente, como no caso do plano habitacional, mas não deve extrapolar seus limites, pois não faz parte do orçamento do governo. "Nas previsões mais otimistas, o PIB deve crescer entre 0% e 1,5%", disse o professor, contrariando a previsão do presidente do Ipea, Márcio Pochmann, de crescimento entre 1,5% e 2,5%.

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