segunda-feira, 6 de abril de 2009

Inadimplência e a crise

Camila Santos

Pesquisa realizada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) mostra que aumentou de 32% em setembro, desde o agravamento da crise, para 59% em março, o número de famílias inadimplentes com renda de até três salários mínimos.

O economista da ACSP, Marcel Solimeo, explica que esse número é reflexo do acesso de uma ampla parcela de consumidores de menor rendimento no mercado de crédito nos últimos anos, mas ressalta que a maior participação da baixa renda no total da inadimplentes não significa que esta faixa da população honre menos os seus compromissos do que as demais.

A pesquisa foi realizada junto a 703 consumidores que procuraram informações no Balcão de Atendimento do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que elabora o levantamento semestralmente. Para 48% dos entrevistados a maior causa da inadimplência foi o próprio desemprego ou o de alguém da família. E 12% revelam que foi por descontrole dos gastos.

O estudo mostrou que 83% dos cheques sem fundos eram pré-datados, sendo que 36% dos entrevistados tinham mais de seis registros e 13%, mais de vinte cheques sem fundos. Dos entrevistados 17% fizeram empréstimo consignado, dos quais 49% afirmaram que foi para o pagamento de dívidas, 15% para compra de produtos, 15% para ajudar a família e 13% para reformar imóvel. Entre os que tomaram o empréstimo consignado, 58% afirmaram que esse financiamento foi responsável pela inadimplência.

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